GUERRA NO CAMINHO


LIÇÃO 08
GUERRA NO CAMINHO

            Quando só havia o deserto pela frente, o povo de Deus só tinha um desafio – sobreviver. Primeiro eles tinham que se adaptar a diferença de temperatura. De dia o calor era intenso e quando a noite caia o frio aumentava em paralelo com as horas. A sede era outro fator que contribuía para impedir a realização da promessa. A fome a acompanhava. E no conjunto as relações humanas entre os filhos de Israel careciam de bastante maturidade para se defender dos conflitos gerados a partir das próprias necessidades.
            Do Deserto de Sim foram acampar num lugar chamado Refidim, porém não havia água para beber. O povo foi questionar Moisés. Será que Deus queria que eles morressem de sede? Pra que?  E o Senhor disse a Moisés o que fazer: Eu estarei à sua espera no alto da rocha do monte Horebe. “Bata na rocha, e dela sairá água para o povo beber”. Assim fez Moisés, à vista das autoridades de Israel. Ex. 17.6. mal esse problema foi resolvido, Deus pôs a prova os seus filhos.

I – E VIERAM OS AMALEQUITAS

            Havia um povo que habitava naquelas bandas e souberam do acampamento de Israel em Refidim, também ouviram falar de sua história, de todos os feitos de guerra do Senhor e também escutaram sobre a promessa. Eram os amalequitas, eles enxergavam Israel como uma ameaça, e resolveram por fim, aquela situação e foram atacar o acampamento do povo de Deus.
            Moisés nomeou Josué oficial do exército israelita, este escolheu os melhores homens de guerra e no dia seguinte deu início a batalha. Moisés, Arão e Hur subiram a colina. Moisés levou consigo a vara em suas mãos.
            O Senhor não abandonaria o seu povo naquela batalha, o povo de Israel estava se defendendo de um ataque. Do contrário seriam todos destruídos e com eles a esperança da humanidade. E aconteceu que o combate durou um dia inteiro, e com a intervenção divina Israel venceu.
            Moisés de pé no alto da colina erguia a vara em suas mãos, Israel prevalecia diante do seu inimigo. Moisés já estava com a idade avançada e tinha que descansar os braços. Nesse momento a batalha era humana e o exército mais preparado vencia. Novamente Moisés sem forças erguia a vara em direção ao combate e Israel voltava a prevalecer.
            Arão e Hur perceberam e puseram o líder sentado numa pedra grande, em seguida cada um se posicionou de um lado de Moisés e segurando os seus  braços mantiveram a vara estendida até o fim do combate no por do sol.
No campo de batalha Josué cumpriu com excelência sua função e dirigiu os soldados israelenses derrotando os amalequitas ao fio da espada. Depois o Senhor disse a Moisés: “Escreva isto num rolo, como memorial, e declare a Josué que farei que os amalequitas sejam esquecidos para sempre debaixo do céu”. Ex.17.14, e jurou que por todas as gerações Israel faria guerra com os amalequitas.

II – ATRAVESSANDO TERRAS HOSTIS

            A peregrinação no deserto perdurou por muito tempo, quando chegaram a Cades, após Moisés displicentemente bater duas vezes na rocha para verter água, quando o Senhor tinha ordenado que apenas falasse, ele enviou diplomaticamente embaixadores ao rei de Edom pedindo permissão para passar por suas terras. Mas Edom respondeu: “Vocês não poderão passar por aqui; se tentarem, nós os atacaremos com a espada”. Nm. 20.18.
 Israel insistiu avisando que se consumisse água naquelas terras pagariam, Edom manteve a sua posição e o povo de Deus para evitar o combate desviou o caminho em direção à Canaã acampando no monte Hor. Quando passavam pela estrada de Atarim, o rei de Arade atacou os israelitas capturando alguns para fazê-los de escravos. Então Israel fez este voto ao Senhor: “Se entregares este povo em nossas mãos, destruiremos totalmente as suas cidades”. Nm. 21.2. Deus ouviu e atendeu ao pedido do seu povo.
A Bíblia não relata detalhes dessas conquistas, apenas afirma que Israel destruiu aquele povo e suas cidades. O que se deve notar é que Israel não tinha fixado residência, era nômade e os povos que habitavam nas regiões em que eles passavam eram hostis, e atacava-os. Eles queriam impedir a todo custo que os descendentes de Abraão alcançassem o seu alvo. Israel guerreava para se defender, não tinha objetivo de conquistar nenhuma terra.
Novamente no caminho de Canaã havia outra cidade – Seom. Israel novamente enviou embaixadores numa missão diplomática solicitando a permissão para passar por suas terras. Seom negou a passagem e atacou-os com todo seu poder militar. Israel? Como de costume, se defendeu e destruiu aquele exército e conquistou suas terras. Israel capturou todas as cidades dos amorreus e as ocupou, inclusive Hesbom e todos os seus povoados. Nm. 21.25.
Assim também sucedeu com Basã e seu rei, quando Israel passava por seu caminho ele os atacou com seu exército, foram derrotados, exterminados e perderam suas terras.
O que aquele povo não entendia e insistiam em não compreender é que o Senhor descia dos céus, de todo esplendor de sua glória e lutava junto com os homens naqueles campos e planícies onde se realizavam os combates. Deus lutava ao lado do seu povo, então quem derrotaria Israel? As batalhas eram sobrenaturais e nenhum daqueles reis enxergou.

III – UMA ARMA SECRETA FALSIFICADA

            Um sujeito chamado Balaque, rei de Moabe, foi o único que enxergou que algo sobrenatural e poderoso estava por trás das vitórias daquele povo que tinha saído do Egito. A essa altura dos acontecimentos Israel estava acampado nas campinas de Moabe. Balaque enviou mensageiros a um profeta chamado Balaão onde dizia: Venha agora lançar uma maldição contra ele, pois é forte demais para mim. Talvez então eu tenha condições de derrotá-lo e de expulsá-lo da terra. “Pois sei que aquele que você abençoa é abençoado, e aquele que você amaldiçoa é amaldiçoado”.  Nm. 22.6
            O rei de Moabe pretendia usar o profeta como uma arma secreta contra o povo de Deus. Mas como um profeta amaldiçoaria um povo cujo destino já havia sido profetizado centenas de anos antes? Balaão consultou ao Senhor e negou a ajuda a Balaque. Mas ele não desistiu, enviou os mais importantes membros de seu palácio e em seu nome eles ofereceram recompensa ao profeta. Balaão avisou que mesmo que o rei oferecesse o próprio palácio ele não faria coisa alguma que Deus não o ordenasse.
            Mas o profeta consultou o Senhor e Ele autorizou que Balaão fosse junto com os mensageiros ao encontro de Balaque. No caminho um anjo apareceu três vezes a Balaão e ele não enxergou. A jumenta que ele estava montado enxergou o anjo e com medo se desviou, e toda vez que se desviava Balaão batia no animal. Na terceira vez, Deus usou a jumenta para acordar Balaão. A jumenta falou, dialogou com Balaão Então o Senhor abriu os olhos de Balaão, e ele viu o Anjo do Senhor parado no caminho, empunhando a sua espada. Então Balaão inclinou-se e prostrou-se com o rosto em terra. Nm. 22.31.
            O anjo permitiu que Balaão fosse ao encontro de Balaque, mas o profeta só diria o que Deus mandasse. E quando profeta ainda estava na fronteira de Moabe, o rei daquele povo veio ao seu encontro e por três vezes tentou amaldiçoar o povo de Deus.
Na primeira tentativa Balaão falou: Como posso amaldiçoar a quem Deus não amaldiçoou? Como posso pronunciar ameaças contra quem o Senhor não quis ameaçar? Dos cumes rochosos eu os vejo, dos montes eu os avisto. Vejo um povo que vive separado e não se considera como qualquer nação. Nm. 23.8,9.
            Na segunda vez o profeta alertou: Deus não é homem para que minta, nem filho de homem para que se arrependa. Acaso ele fala, e deixa de agir? Acaso promete, e deixa de cumprir? Nm. 23.19 aquela nação era abençoada e nada podia mudar o quadro.
Na última tentativa o profeta percebeu que ao abençoar o povo de Deus agradava ao Senhor e Então viu Israel acampado, tribo por tribo; e o Espírito de Deus veio sobre ele Nm. 24.2, e o profeta orou abençoando mais uma vez os filhos de Israel.
            Balaque ficou irritado, ele queria destruir o povo de Deus. Balão aproveitou o momento e revelou ao rei de Moabe: Eu o vejo, mas não agora; eu o avisto, mas não de perto. Uma estrela surgirá de Jacó; um cetro se levantará de Israel. Ele esmagará as frontes de Moabe e o crânio de todos os descendentes de Sete. Nm. 24.17.

IV – A ÚLTIMA BATALHA DE MOISÉS

            O Senhor chegou até Moisés e disse: “Vingue-se dos midianitas pelo que fizeram aos israelitas. Depois disso você será reunido aos seus antepassados”. Nm. 31.2, logo o líder de Israel sabia que era sua última batalha. Enviou doze mil homens para Midiã, mil de cada tribo, e ali os israelitas mataram todos os homens entre os quais se encontravam cinco reis e Balaão, o profeta usado como arma de Balaque.
            Daquela batalha trouxeram todos os despojos, entre os quais se encontravam mulheres e crianças, e levaram até o acampamento nas campinas de Moabe. Moisés e os líderes de Israel saíram ao encontro do exército fora do acampamento. E não gostou do que viu. As mulheres midianitas tinham contaminado o povo com a prostituição, levando muitos israelitas a servirem outros deuses, e muitas crianças eram bastardas. Moisés, obedecendo a Deus, mandou matar todas as mulheres e crianças midianitas, ordenou que os soldados que tocaram em defuntos permanecessem sete dias fora do acampamento, e todo ouro, prata e metal fosse purificado com o povo. Após esse período os soldados ofertaram a Deus tudo o que tinha despojado em Midiã.


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