LIÇÃO
07
GUERRA
DE LIBERTAÇÃO (II)
Uma guerra se dá através de várias batalhas, muitas vezes
um adversário vence tanto que força o outro a recuar, ou aceitar a derrota,
outras vezes as batalhas são bastante equilibradas e a guerra é demorada. Pode acontecer
também que entre uma batalha e outra não exista intervalo, como também poder
haver intervalos grandes e pequenos. Tudo dependerá da estratégia, isto é, da
arte de traçar os planos de determinada guerra.
Está claro que o estrategista da guerra de libertação
israelita é o próprio Senhor. Muitos podem criticar afirmando que se o Senhor
fosse Deus, teria matado o faraó e destruído o Egito, só que o plano de guerra
é do Senhor e é Ele que responde às críticas da seguinte maneira: Mas eu o mantive em pé exatamente com este
propósito: mostrar-lhe o meu poder e fazer que o meu nome seja proclamado em
toda a terra. Ex. 9.16. Agora considerando que cada praga é uma batalha, percebe-se
que entre algumas houve intervalos curtos de sete dias, outras apenas um dia. Da sexta para a sétima praga houve um
intervalo maior que as demais, pois houve tempo dos egípcios saquearem os gados
israelitas sobreviventes na terra de Gessem.
I – A SARAIVA
Após seis demonstrações do poder do Senhor naquela terra,
o seu povo passou a temer ao Deus de Israel, e dessa vez o Senhor avisou:
Agora, mande recolher os seus
rebanhos e tudo o que você tem nos campos. Todos os homens e animais que
estiverem nos campos, que não tiverem sido abrigados, serão atingidos pelo
granizo e morrerão”. Ex. 9.19. e aqueles que temiam ao
Senhor apressaram em abrigar seus rebanhos, por quê eles tinham certeza que tal
como foi avisado aconteceria. Muitos que não creram, não temeram, não
obedeceram e conseqüentemente perderam tudo pois: Em todo o Egito o granizo atingiu tudo o que havia nos campos, tanto
homens como animais; destruiu toda a vegetação, além de quebrar todas as
árvores. Ex. 9.25
Mais uma vez faraó recuou, chamou Moisés e lhe falou que
consentia que aquele povo saísse de sua terra, pois aquela batalha ele perdera.
Moisés saiu da presença do Faraó, saiu da cidade e erguendo as mãos em direção
aos céus, para o Senhor o granizo cessou de cair, e aquela praga terminara. Mas
o soberano egípcio atacou com a única arma que possuía - a autoridade, e negou
mais uma vez que aquele povo deixasse a condição de escravo para uma condição
de nação livre.
II – OS GAFANHOTOS
A situação agora era a seguinte: saraiva não destruiu
toda plantação do Egito, sabe-se que a alimentação daquele povo era a base de
vegetais, os conselheiro do monarca pediam que ele se conformasse, reconhecesse
que Deus era poderoso, o conselho oficial era que o Egito se rendesse. E Moisés
novamente pede permissão para cultuar o Deus de seus antepassados no deserto,
faraó não permitiu. Mas o Senhor disse a
Moisés: “Estenda a mão sobre o Egito para que os gafanhotos venham sobre a
terra e devorem toda a vegetação, tudo o que foi deixado pelo granizo”. Ex.
10.12
Esse foi um castigo e tanto, nunca se viu tanta
destruição, os gafanhotos consumiam tudo que encontrava pela frente,
plantações, árvores, hortas, nada restou. A recuada de faraó dessa vez foi
diferente, dessa vez: O faraó mandou
chamar Moisés e Arão imediatamente e disse-lhes: “Pequei contra o Senhor, o seu
Deus, e contra vocês! Ex. 10.16.
E Moisés orou novamente ao Senhor e o vento soprou
levando os gafanhotos para o mar Vermelho dando um fim aquele pesadelo. E
novamente faraó não deixou os israelitas saírem para adorar ao Senhor.
III – O ATAQUE AO DEUS
SOL
Aquele povo acreditava em muitos deuses, um deles era o
sol que era visto como um deus muito poderoso. A guerra se dava estritamente no
campo espiritual então o Senhor criador dos céus e da terra e de todos os
astros e estrelas apagou a luz do sol, pois Moisés
estendeu a mão para o céu, e por três dias houve densas trevas em todo o Egito.
Ex. 10.22. Aí já era demais que Deus tinha mais poder que os homens eles já
admitiam, mas ter poder para apagar a luz do sol era terrível e faraó tratou
logo de permitir a saída do povo na condição de que seu gado permanecesse no
Egito.
Moisés orientado por Deus não aceitou tal proposta, e
justificou dizendo que necessitava levar todos os animais, pois era de costume
sacrificar alguns ao Senhor, e essa seria feita no deserto.
Aquele rei já estava desgastado, aquela guerra não
terminava, sua imagem, suas artes, suas ciências, suas magias e até os seus
deuses foram diminuídos, reduzidos a nada e ele explodiu: Disse o faraó a Moisés: “Saia da minha presença! Trate de não aparecer
nunca mais diante de mim! No dia em que vir a minha face, você morrerá”.
Ex. 10.28. Nesse momento, a guerra virou algo pessoal, não era mais o povo de
Israel que o incomodava, era a presença de Deus na vida de Moisés e ali ele
assinou a sentença final – a sua derrota e o triunfo do Senhor.
IV – MORTE AOS
PRIMOGÊNITOS
Assim como os israelitas atribuíam um valor aos filhos
mais velhos, os egípcios também enxergavam assim. Na verdade a primogenitura
fazia parte da cultura de todos os povos da antiguidade. e o Senhor garantiu a Moisés que essa seria a
última intervenção Dele naquela terra, e que depois do que Ele faria faraó não
iria mais resistir, assim o Senhor avisou a Moisés: Todos os primogênitos do Egito morrerão, desde o filho mais velho do
faraó, herdeiro do trono, até o filho mais velho da escrava que trabalha no
moinho, e também todas as primeiras crias do gado. Ex. 11.5.
Lógico que o Senhor explicou detalhadamente o seu plano a
Moisés, e este transmitiu a seu povo. Dessa vez o faraó não seria avisado, mas
com certeza ele saberia que foi obra de Deus. Os israelitas deveriam pedir aos
egípcios peças de ouro e prata, pois necessitariam para saída. A essa época dos
acontecimentos, Moisés tinha conquistado a simpatia do povo do Egito, inclusive
dos conselheiros do faraó, o que contribuiu para que os israelitas arrecadassem
muitos objetos.
Esta última praga serviu para marcar o tempo israelita,
ou seja, determinava seu calendário, pois até o momento aquela nação vivera no
Egito, de acordo com o conceito de tempo do Egito. Deus é autêntico e queria
que seu povo fosse original, a começar pelo calendário e junto com a
determinação do primeiro mês o Senhor determinou uma data comemorativa: a
Páscoa do Senhor. Esta foi a sua determinação: “Este dia será um memorial que
vocês e todos os seus descendentes celebrarão como festa ao Senhor. Celebrem-no
como decreto perpétuo. Ex. 12.14.
E chegado o tempo aconteceu: No meio da noite o faraó, todos os seus conselheiros e todos os
egípcios se levantaram. E houve grande pranto no Egito, pois não havia casa que
não tivesse um morto. Ex. 12.30. Então o faraó deu ordem para que Moisés
saísse e levasse consigo o seu povo, e o seu rebanho, pois quando seu
primogênito foi morto, morreu junto com ele a sua sucessão, isto é, a sua
dinastia estava com os dias contados.
Guerra é guerra e os israelitas que entraram no Egito por
uma necessidade tinha vivido livres por um tempo e na servidão tinha
conquistado a liberdade, sem armas, e sem combate, porém aquele povo formava um
exército cuja liberdade tinha sido concedida por Deus, pelo fato de que o
Senhor tem palavra e o que Ele promete se cumpre. Assim: No dia em que se completaram os quatrocentos e trinta anos, todos os
exércitos do Senhor saíram do Egito. Ex.12.41.
Quatrocentos e trinta anos desde que Jacó e seus filhos
foram morar no Egito, nesse tempo uma família passou a constituir um clã, de
clã passou a tribo, de tribo passou a nação, uma nação mais numerosa que os
nativos. Uma nação que tinha uma origem sobrenatural pois o Criador dos céus e
da terra, era o seu Deus, era o seu Senhor, uma nação santa, de onde mais tarde
o próprio Deus nasceria na pessoa de Jesus Cristo.
V – A BATALHA FINAL
Vale
lembrar que o faraó permitiu que eles fossem ao deserto adorar ao Senhor, e
esperava o seu retorno. Deus, no entanto, tinha um plano de guerra para aquela
situação. Agora os israelitas tinham diante de si um deserto, e Durante o dia o Senhor ia adiante deles,
numa coluna de nuvem, para guiá-los no caminho, e de noite, numa coluna de fogo,
para iluminá-los, e assim podiam caminhar de dia e de noite. Ex. 13.21. e o
Senhor guiou o seu povo por outro caminho, de forma que parecia que os
israelitas estavam confusos e perdidos. Essa notícia chegou aos ouvidos do
faraó e ele entendeu que os seus escravos estavam fugindo.
A
reação não foi outra senão: Então o faraó
mandou aprontar a sua carruagem e levou consigo o seu exército. Ex. 14.6. e
saiu com toda sua aparelhagem militar no encalço do povo de Deus, e olhe que
aquele exército era o mais avançado do mundo antigo. Ao aproximar dos
israelitas, estes se aterrorizaram e se queixaram a Moisés. Diante daquela
situação Moisés traquilizou o povo com essas palavras: O Senhor lutará por vocês; tão-somente acalmem-se”. Ex. 14.14.
Até
aquele durante toda a guerra de libertação não havia tido um combate entre os
dois povos, todo o conflito foi no campo espiritual, mas agora era
desesperador, mulheres, crianças, idosos seriam mortos facilmente por aquele
potente exército. Os israelitas tinha esquecido um detalhe – até aquele momento
eles só precisaram crer, só utilizaram a sua fé no Senhor. E dessa vez não
seria diferente, Deus queria ser exaltado por um feito de guerra, Deus
libertara o seu povo, agora Ele queria destruir aquele exército como uma
demonstração de força e poder. E assim aconteceu.
E
Deus mandou Moisés ergue a sua vara e estender a sua mão sobre mar diante do
povo, e as águas do mar se abriram. O povo de Deus começou a atravessar. Os
egípcios tinha o objetivo de capturar seus escravos e seguiram atrás deles.
Deus então interviu, as rodas dos carros do exército de faraó durante a
travessia começaram a dar defeito e eles tiveram que parar sua passagem,
enquanto isso os israelitas completavam a sua travessia com o mar aberto dos
dois lados.
Quando
eles perceberam que Deus é quem estava agindo tentaram fugir, em vão, pois o
Senhor novamente deu ordem a Moisés para estender sua mão sobre o mar e o as
águas começaram a voltar ao normal. E todo aquele exército morreu afogado. O
faraó, seu aparato militar, e tudo o que ele significava foi destruído. Mas os israelitas atravessaram o mar pisando
em terra seca, tendo uma parede de água à direita e outra à esquerda. Ex.
14.29.
Numa
guerra de libertação, não importa quantas batalhas se travem o importante é que
só haverá liberdade verdadeira se o opressor for totalmente destruído. O povo
de Deus ao se dar conta da vitória cantou-lhe um cântico onde declarava que
reconhecia o seu Deus como O Senhor é
varão de guerra. O Senhor é o seu nome. Ex. 15.3.
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