GUERRA DE AFIRMAÇÃO - I


LIÇÃO 12
GUERRA DE AFIRMAÇÃO - I

            A nação israelita tinha conquistado seu espaço, todos os povos do mundo reconheciam a grandeza do povo de Deus, mas nem todos o temiam a ponto de respeitar a posse daquelas terras. O clima entre as nações na antiguidade era bastante tenso e a paz era algo temporário.
 Israel tinha a necessidade de se afirmar como uma nação forte e o meio para essa afirmação era a guerra. Após a morte de Josué o povo não permaneceu obediente ao Senhor o que tornou a nação vulnerável a outros povos, pois a força de Israel vinha do Senhor.
Toda vez que Israel caía nas mãos de outros povos, Deus levantava líderes que foram chamados juízes. Além de julgar o povo, conduzindo-o a presença do Senhor, eles libertaram a nação. Porém toda vez que um juiz morria o povo voltava à desobediência e outra nação dominava Israel.

I – PRIMEIRO A MESOPOTÂMIA

            Os israelitas viviam entre os cananeus, os hititas, os amorreus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus. Jz. 3.5, o Senhor permitiu que essas nações permanecessem de pé para provar o seu povo, para que este se afirmasse por todas as gerações como o povo de Deus. O povo se misturou com os vizinhos, suas filhas e seus filhos se casaram com povos pagãos e adoraram os seus deuses, então o Senhor permitiu que Israel fosse subjugado.
            O primeiro rei a invadir e dominar Israel foi Cusã-Risataim, cananeu, seu reino era a Síria na Alta Mesopotâmia. Ele com seu exército invadiram a nação israelita e impôs a servidão ao povo de Deus durante oito anos.
            O povo não suportou aquela situação e se voltou para o Senhor, e clamaram até Deus responder. Como resposta o Senhor levanta Otniel, irmão mais novo de Calebe, conquistador da cidade de Debir. Com ele estava o Espírito do Senhor. Otniel organizou o exército israelita e saiu para mais uma batalha. E Deus concedeu a ele e ao seu povo a vitória sobre a Síria, e com a vitória veio a afirmação de uma nação livre, que não aceitava ser subjugada por nenhum outro povo. Após essa vitória houve quarenta anos de paz em Israel.

II – VIERAM OS MOABITAS

            Após a morte de Otniel o povo ficou sem um líder e voltou a desobedecer aos mandamentos do Senhor. A consequencia foi desastrosa. O rei de Moabe, Eglon Conseguindo uma aliança com os amonitas e com os amalequitas, Eglon veio e derrotou Israel, e conquistou a Cidade das Palmeiras. Jz. 3.13, obrigando os israelitas a servidão.
            Após dezoito anos o povo clamou a Deus e o Senhor atendeu levantando mais um juiz. Dessa vez a responsabilidade ficou com o canhoto Eude, que significa o ilustre, e para se afirmarem como nação diante dos moabitas usou de uma excelente e arriscada estratégia.
            Periodicamente os israelitas enviavam seus impostos aos moabitas, que eram entregues ao rei Eglom pessoalmente. Eude fabricou uma espada especialmente para o próximo pagamento dos tributos, uma espada de dois gumes. Escondeu-a debaixo de suas roupas em sua coxa direita e foi a presença do rei com um presente em nome de Israel.
            O rei de Moabe o recebeu na presença de seus auxiliares, conferiu os impostos e aceitou o presente, quando encerrou a reunião Eude informou ao rei que tinha uma mensagem para ele, mas teria que ser em particular. O rei então entrou numa sala exclusiva sua junto com Eude e as portas foram fechadas e quando Eude começou a falar o rei se levantou e Eude estendeu a mão esquerda, apanhou a espada de sua coxa direita e cravou-a na barriga do rei. Jz. 3.21., imediatamente saiu do recinto e fechou as portas, os auxiliares do rei cansados de esperar a saída do rei, tentaram entrar e perceberam que as portas estavam fechadas, buscaram as chaves e ao abrir encontraram só encontraram o defunto do seu monarca.
            O tempo que os moabitas levaram até encontrarem o rei morto foi suficiente para Eude sair do palácio e encontrar o exército de Israel próximo aos montes de Efraim. Então foi dada a ordem de ataque. No caminho fecharam a passagem do Jordão e não permitiram que ninguém atravessasse o rio fugindo.
            Invadiram Moabe e a destruíram, mataram dez mil homens de guerra, não escapou um só homem. Subjugaram aquele povo, pois Deus tinha entregado eles nas mãos de Israel. E se afirmaram como nação por oitenta anos de paz.

 III – A JUIZA E O GENERAL
           
            O juiz Eude faleceu, o povo cai novamente no erro da desobediência e Jabim, rei de Canaã, tinha um exército com 900 carros de ferro comandados por um capitão chamado Sísera que invadiram Israel oprimindo o povo de Deus por vinte anos.
            Nesse período entre as cidades de Ramá e Betel, nos montes da tribo de Efraim, havia várias árvores, entre elas uma tamareira onde se assentava a única mulher levantada por Deus para julgar Israel. A profetisa Débora, curiosamente o significado do seu nome é espécie de abelha.
            Ali o Senhor a usava para orientar o seu povo, muitas vezes era ela quem tomava as decisões não apenas na tribo de Efraim, mas de todo Israel. Com certeza os israelitas de toda nação traziam questões para julgamento. Mas Débora era mulher, e os povos antigos não tinham a cultura de enxergar as mulheres como líder legítima de uma nação. Mas o Deus que controla tudo e sabe o que passa no profundo dos pensamentos humanos entrou com providência.
            A necessidade do povo era que o Senhor levantasse um homem capaz de comandar um exército numa batalha, um general que pudesse afirmar a nação israelita diante daquela opressão imposta por Canaã. E Débora mandou chamar Baraque, filho de Abinoão, de Quedes, em Naftali, e lhe disse: “O Senhor, o Deus de Israel, lhe ordena que reúna dez mil homens de Naftali e Zebulom e vá ao monte Tabor. Ex. Jz. 4.6.
            Baraque, que significa raio, condicionou a sua resposta a companhia da profetisa. Ele disse que só iria pra guerra se Débora fosse junto com ele, pois o Espírito de Deus estava sobre a vida dela. Ela concordou, mas garantiu que a honra de matar Sísera, o capitão do exército inimigo, seria de uma mulher. Baraque não argumentou e não questionou mais nada. Convocou as tribos de Naftali e Zebulom, das quais o seguiram dez mil homens, e junto com a profetisa subiram o monte Tabor e montaram acampamento.
            Débora era casada e tinha sua família, Baraque também era casado e tinha a sua família, a mulher exercia o ministério de profeta e a função de juíza em Israel. Baraque exercia a função de comandante de guerra e líder político da nação israelita. Ambos renunciaram suas famílias, suas tarefas domésticas por algo maior – a vontade de Deus se aproximaram e construíram um amizade pura e verdadeira. Foram juntos para a guerra, pois um complementava o outro através da fé e do temor ao Senhor.

IV – A BATALHA DO MONTE TABOR

            Ao saber da notícia que Israel tinha organizado um exército e estava acampado no monte Tabor, Sísera não perdeu tempo. Reuniu todos os seus soldados, pegou os novecentos carros de ferro partiram para o combate. Baraque ansioso pela vitória não deu nenhuma ordem aos seus homens até que a profetisa o autorizasse: E Débora disse também a Baraque: “Vá! Este é o dia em que o Senhor entregou Sísera em suas mãos. O Senhor está indo à sua frente!” Então Baraque desceu o monte Tabor, seguido por dez mil homens. Jz. 4.14.
            A batalha foi sangrenta. Israel não tomou conhecimento do inimigo que bateu em retirada. Baraque perseguiu os cananeus até uma cidade próxima não deixando um sobrevivente pra contar história, inclusive Sísera, o capitão, que perdendo todos os seus carros foi obrigado a fugir a pé.
            Ao fugir, Sísera conseguiu encontrar uma tenda cujo dono era um associado de seu rei, alguém que tinha uma relação de negócios com Canaã. O dono não se encontrava no momento, mas sua esposa Jael saiu ao encontro de Sísera e o convidou: “Venha, entre na minha tenda, meu senhor. Não tenha medo!” Ele entrou, e ela o cobriu com um pano. Jz. 4.18, deu-lhe água, pois tinha sede, e o capitão do exército de Canaã cansado da batalha adormeceu.
            Conforme Débora tinha profetizado, a honra de matar o comandante dos cananeus seria de uma mulher, assim se cumpriu como está registrado em Juízes 4. 21: Entretanto, Jael, mulher de Héber, apanhou uma estaca da tenda e um martelo e aproximou-se silenciosamente enquanto ele, exausto, dormia um sono profundo. E cravou-lhe a estaca na têmpora até penetrar o chão, e ele morreu.
            Naquele mesmo dia Jabim, rei de Canaã, foi subjugado por Israel, mas a afirmação de Israel diante daquele inimigo ainda durou mais algum tempo, pois cada vez mais as batalhas eram duras, mas o Senhor deu a vitória a seu povo que exterminaram aquele rei e destruíram suas cidades, se afirmando mais uma vez como uma potência na região.
            Débora em comemoração entoou um cântico ao Senhor com a seguinte conclusão: “Assim pereçam todos os teus inimigos, ó Senhor! Mas os que te amam sejam como o sol quando se levanta na sua força”. Jz. 5.31, e juntamente com Baraque continuaram exercendo suas funções por mais quarenta anos, pois eles conheciam a Deus, e foram obedientes ao Senhor em toda sua vida.


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