LIÇÃO 03
FORMAÇÃO DA NAÇÃO ISRAELITA - I
Abrão
não tinha nenhum herdeiro sequer, e Deus tinha lhe prometido ser pai de uma
grande nação. Incomodado com aquilo ele questionou ao Senhor sobre este
assunto. E após um longo diálogo Deus confirmou a promessa feita.
Como
um homem sem filhos, chegando pra idade poderia produzir filhos. Na verdade
bastava um filho e já estava garantido que as gerações viriam. Muitas vezes o
homem duvidando de uma promessa age por si mesmo e improvisa algo para por no
lugar daquilo que Deus garantiu que cumpriria. E com Abrão não foi diferente.
Ele acabou se deitando com uma escrava e ela gerou um filho, mas não era o
filho da promessa, o seu nome era Ismael, que significa “o Senhor escuta”.
Saraí
podia ter boa intenção, mas a conseqüência foi terrível. Abrão passou a
menosprezá-la a ponto de causar-lhe tanta angústia que a sua escrava fugiu com
o filho, pois teve medo de ser morta
I – A MARCA DA PROMESSA
O
Senhor falou com Abrão mais uma vez e determinou a marca da promessa entre seus
descendentes, algo capaz de identificar quem tinha sobre si um futuro planejado
e determinado pelo Senhor Deus Todo Poderoso, Criador dos Céus e da Terra.
Nesse dia Abrão caiu com o rosto em terra na presença do Senhor.
Primeiro
o Senhor mudou a identidade de Abrão como está escrito em Gênesis 17.5: Não será mais chamado Abrão; seu nome será
Abraão, porque eu o constituí pai de muitas nações.
E
Deus continuou falando com Abrão determinando que: Da sua geração em diante, todo menino de oito dias de idade entre vocês
terá que ser circuncidado, tanto os nascidos em sua casa quanto os que forem
comprados de estrangeiros e que não forem descendentes de vocês. Gn. 17.12
O
Senhor também mudou o nome de Sarai, para Sara garantindo que dela surgiria
nações e reis, mas Abrão ainda duvidou e pediu ao Senhor fazer de Ismael o seu
herdeiro Então Deus respondeu: “Na
verdade Sara, sua mulher, lhe dará um filho, e você lhe chamará Isaque. Com ele
estabelecerei a minha aliança, que será aliança eterna para os seus futuros
descendentes. Gn. 17.19.
II - NASCIMENTO E SACRIFÍCIO DE ISAQUE
Abraão
foi obediente ao Senhor e creu na sua promessa. Mas, as circunstâncias para
torná-lo pai de uma multidão eram adversas. Primeiro Sara era estéril, não podia
gerar. Segundo, quando Abraão tinha cem anos de idade e Sara noventa anos é que
Deus fez essa promessa.
Em Gênesis 17.17 está
escrito que: “Abraão prostrou-se com o
rosto em terra; riu-se e disse a si mesmo: “Poderá um homem de cem anos de
idade gerar um filho? “Poderá Sara dar à luz aos noventa anos”. Passaram-se
então 25 anos até que Sara engravidasse, praticamente impossível, algo
inexplicável a não ser pela fé como esta escrito em Hebreus 11.11. Pela fé Abraão — e também a própria Sara,
apesar de estéril e avançada em idade — recebeu poder para gerar um filho,
porque considerou fiel aquele que lhe havia feito a promessa.
E
o menino que nasceu recebeu o nome de Isaque, cujo significado é o que sorriu,
pois o Senhor fizera o casal de idosos sorrirem de felicidade na velhice que se
encontravam, não apenas pelo fato de terem um filho um descendente, mas pelo
fato de enxergarem a promessa de Deus sendo cumprida.
Em
verdade o Senhor quis deixar claro desde o início que o povo descendente de
Abraão teria uma origem sobrenatural, algo tão fenomenal que a intervenção
divina seria clara e evidente. Isaque fruto de uma relação impossível, pois sua
mãe além de ter noventa anos, ser estéril, já se encontrava na menopausa. Porém
aquilo que o Senhor promete, Ele cumpre.
O
Senhor ainda assim provou a fé de Abraão sendo Isaque já um adolescente, Deus
falou com o patriarca o seguinte: “Tome
seu filho, seu único filho, Isaque, a quem você ama, e vá para a região de
Moriá. Sacrifique-o ali como holocausto num dos montes que lhe indicarei”.Gn.
22.2. O que faria qualquer pessoa diante dessa situação? Negaria sua fé
hesitando em obedecer a uma ordem do próprio Deus? Ou cumpriria sem sombra de
dúvida de que se a ordem foi dada por Deus é porque Ele sabe o que faz, Ele
controla tudo.
Três
dias se passaram até que Abraão, Isaque e seus servos chegassem a Moriá para o
sacrifício. O altar foi prepara do com a ajuda do próprio Isaque que
desconhecia o que estava acontecendo, deu por falta do animal, geralmente um
cordeiro, para o holocausto, mas contentou-se com a seguinte resposta de Abraão:
“Deus mesmo há de prover o cordeiro para
o holocausto, meu filho”. Gn 22.8a
E
no momento crucial em que seria morto, como sacrifício vivo, Deus, o nosso Deus
enviou um anjo impedindo a morte de Isaque e confortando Abraão conforme se
encontra escrito em Gênesis 22.12: “Não
toque no rapaz”, disse o Anjo. “Não lhe faça nada. Agora sei que você teme a
Deus, porque não me negou seu filho, o seu único filho.”
III – A PRIMOGENITURA DE ISRAEL
E
a promessa do Senhor a Abraão continuou através de seu filho que com quarenta
anos casou-se com Rebeca, que também era estéril, o que levou Isaque a suplicar
a Deus que sua esposa engravidasse e assim aconteceu.
Rebeca
gerou dois filhos de uma vez só, os gêmeos Esaú, o mais velho que significa
homem peludo, pois nascera com tais características e Jacó, cujo nome significa
enganador, mentiroso. E, quando ainda estavam no ventre a promessa do Senhor
foi frisada à Rebeca. Disse-lhe o Senhor:
“Duas nações estão em seu ventre, já desde as suas entranhas dois povos se
separarão; um deles será mais forte que o outro, mas o mais velho servirá ao
mais novo”. Gn. 25.23
A
primogenitura era um direito garantido da herança do filho mais velho, existia
praticamente em todas as sociedades antigas, era algo semelhante ao direito do
filho mais velho de um rei herdar o trono de seu pai após a sua morte. Isaque
era filho único de Abraão e Sara, não teve nenhum problema com a principal
herança de seu pai – a benção.
Apesar
de terem nascidos gêmeos Esaú era o mais velho, e pela lei tinha o direito à
benção de seu pai, apesar de Deus ter avisado a Rebeca que “o mais velho serviria ao mais novo” ninguém sabia como isso iria
acontecer. Um dia quando os dois irmãos já estavam crescidos e criados, Jacó
preparava um ensopado quando Esaú chegou do campo com bastante fome, pediu um
pouco daquela comida ao seu irmão, mas Jacó condicionou aquela ajuda, ele só
daria a comida se Esaú transferisse o direito da primogenitura para o mesmo.
Esaú não hesitou e desprezou o seu direito à benção concordando com Jacó que
prontamente insistiu: “Jure primeiro”.
Ele fez um juramento, vendendo o seu direito de filho mais velho a Jacó. Gn.
25.33.
Parecia
que o problema estava resolvido, a promessa estava em sintonia com o direito de
Jacó à benção da primogenitura, contudo Isaque desconhecia o fato. Chegou o
tempo então em que o filho de Abraão estava prestes a morrer, já tinha perdido
a visão e não levantava da cama. Só que ele tinha que abençoar seu filho mais
velho e para fazer isso pediu que Esaú lhe preparasse uma caça para fazer uma
refeição e abençoá-lo. Tanto Rebeca quanto os dois irmãos sabiam que esse
direito pertencia a Jacó, e imediatamente Rebeca preparou um comida com dois
cabritos, cozinhou-os e cobriu a pele de Jacó com a pele dos animais para
parecer com Esaú que era peludo e pronto, mandou Jacó até a presença de Isaque
servir-lhe e ser abençoado.
Em
Gênesis 27.22 está registrado que Jacó
aproximou-se do seu pai Isaque, que o apalpou e disse: “A voz é de Jacó, mas os
braços são de Esaú”. Apesar da dúvida Isaque liberou a benção sobre Jacó.
Certa
feita Jacó se encontrava sozinho num lugar chamado Vale de Jaboque, ali lhe
apareceu um homem desconhecido e lutou com Jacó durante uma noite inteira até o
dia amanhecer quando o homem sentiu que não poderia dominá-lo deslocou a sua
coxa, mas Jacó não deixou o homem sair até que ele o abençoasse. Logo o homem
perguntou-lhe o nome e Então disse o
homem: “Seu nome não será mais Jacó, mas sim Israel, porque você lutou com Deus
e com homens e venceu”. Gn. 32.28.
Ora,
como uma nação santa seria descendente de um homem cujo nome significa
enganador, e o próprio Senhor tratou de mudar o nome de Jacó para Israel que
significa aquele que luta com Deus.
IV – OS FILHOS DE ISRAEL
E
Israel teve duas esposas, Lia e Raquel, e duas concubinas, Zilpa e Bila, as
quais geraram doze filhos na seguinte ordem: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Dã,
Naftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom, José e Benjamim. Agora sim, a promessa
feita a Abraão por Deus se confirmava através dessa geração, pois cada filho de
Israel se tornaria mais tarde patriarca de uma tribo da nação israelita.
De
todos os filhos de Israel o que ele mais amava era José, que significa “o que
acrescenta”, apesar de não ser o mais velho de todos, era o primogênito de
Raquel, a sua esposa mais amada e este descendente de Abraão exerceu uma função
fundamental para a sua família, para a futura nação israelita e para toda a
humanidade naquela época.
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