FORMAÇÃO DE ISRAEL - II





LIÇÃO 04
FORMAÇÃO DA NAÇÃO ISRAELITA - II


            José, filho de Jacó, foi um homem muito importante para a formação e desenvolvimento da nação israelita. Pode-se afirmar que o papel de José nesse processo é comparado ao de seu bisavô Abraão, de seu avô Isaque e de seu pai Israel. A sua importância não é tão ligada aos seus descendentes e sim a sobrevivência de sua família e de toda aquela civilização.

I – INVEJA FRATERNAL

            A primeira referência que a Bíblia faz a José, ele já um adolescente e exerce a função de mensageiro de seu pai aos seus irmãos mais velhos que trabalhavam no campo cuidando dos rebanhos da família. O fato de ser criado como o mais querido de seu pai trouxe conseqüências para sua vida. Por um lado ele era um rapaz mimado, cheio de vontades, um verdadeiro “filhinho de papai”, por outro lado o seu comportamento despertou a inveja entre seus irmãos.
            Certa vez, José teve um sonho e contou a seus irmãos: “Estávamos amarrando os feixes de trigo no campo, quando o meu feixe se levantou e ficou em pé, e os seus feixes se ajuntaram ao redor do meu e se curvaram diante dele.” Gn. 37.7. Seus irmãos prontamente reagiram, pois entenderam que José estava dizendo que todos eles os serviriam e se submeteriam a ele. Passado um tempo teve outro sonho e o contou aos seus irmãos: “Tive outro sonho, e desta vez o sol, a lua e onze estrelas se curvavam diante de mim”. Gn. 37.9, e contou a seus irmãos e ao seu pai, e todos inclusive seu pai não aceitaram o que José estava querendo dizer.
            Jacó fizera uma túnica colorida para José, o que aumentara a inveja de seus irmãos. Uma vez José foi ao campo vestido com essa peça de roupa levar uma mensagem de seu pai aos seus irmãos em uma região chamada Dotã, pois lá havia muitos poços e cisternas para saciar a sede dos rebanhos. Quando seus irmãos o avistaram planejaram matá-lo. Rubem, o primogênito, impediu propondo que jogassem José em um poço seco, com a intenção de resgatá-lo mais tarde e devolvê-lo a seu pai. Contudo, passou por ali uma caravana de comerciantes em direção ao Egito. Judá então propôs que vendesse o jovem sonhador como escravo, e manchasse a túnica com sangue de um bode para enganar seu pai, afirmando que José tinha sido devorado por um animal selvagem.
            E a sombra daquele segredo permaneceu com seus irmãos por muito tempo. Um segredo que causou dor e angústia em Israel. Um pecado compactuado, fruto do ódio e da inveja. Porém o Senhor controla tudo, inclusive o tempo, e o plano de Deus para a vida de José fazia parte do cumprimento da promessa feita a Abraão.

II – UM ESCRAVO HEBREU NA CASA DE UM OFICIAL EGÍPCIO

            Naquele tempo o Egito era uma super potência, era a civilização mais avançada do mundo antigo, por esse motivo os egípcios possuíam muitos escravos vindos de outros povos. E José ingressou naquele império como um simples escravo doméstico.
            Havia um homem egípcio por nome Potifar, este era oficial do faraó e capitão da guarda. Ele foi quem comprou José dos comerciantes e pôs o jovem pra trabalhar em sua casa. Deus nunca abandonou o filho de Jacó de modo que ele prosperou mesmo na condição de escravo até que seu senhor Potifar tomou uma medida como está registrado em gênesis 39. 4: “agradou-se de José e tornou-o administrador de seus bens. Potifar deixou a seu cuidado a sua casa e lhe confiou tudo o que possuía.”
            Quando tudo parecia estar dando certo pra José, Deus tinha planejado algo muito maior que ser um mordomo de uma casa egípcia para o neto de Isaque. Tudo começou com a esposa de Potifar seduzindo o jovem hebreu, e este fazendo de tudo para desonrar o seu senhor. Até que um dia a mulher tentou agarrá-lo e ele fugiu, mas deixou o manto com a sua senhora. Ela prontamente inverteu o papel e se fez de vítima acusando José. E Potifar acreditando em sua esposa na teve escolha e “Mandou buscar José e lançou-o na prisão em que eram postos os prisioneiros do rei. José ficou na prisão” Gn. 39.20.
            Aos olhos humanos parecia o fim. Não tinha razão para alimentar mais esperanças naquele jovem, ele certamente apodreceria na cadeia. Mas, Deus, o nosso Deus fizera uma promessa a Abraão e o Senhor é fiel. José fazia parte da realização daquela promessa e ele mesmo sabia, pois seu pai com certeza já havia lhe contado esta história. Ele não desanimou, continuou crendo em Deus e depositando Nele as suas esperanças. E o Senhor nunca o abandonou e ele através do seu testemunho de vida conquistou a confiança do carcereiro “Por isso o carcereiro encarregou José de todos os que estavam na prisão, e ele se tornou responsável por tudo o que lá sucedia.”

III – A VOLTA POR CIMA

            Ali estava José um escravo prisioneiro líder dos prisioneiros, a segunda pessoa do carcereiro. Será que era só isso que Deus tinha pra ele? Com certeza não! Entre os seus companheiros de cela, havia dois homens que tinham sido o padeiro e o copeiro do Faraó. Mas, se encontravam no cárcere. Uma noite cada um desses homens teve um sonho que necessitava de uma interpretação.
O Espírito de Deus estava em José e ele se dispôs a interpretar os sonhos de seus companheiros. Ali iniciava a trajetória de vitória na vida do filho de Jacó. O sonho do copeiro previa que em três dias o Faraó devolveria a sua liberdade e a sua função no palácio, e recomendava que ele se lembrasse de José, intercedendo ao rei do Egito por sua vida. Já o sonho do padeiro revelava que em três dias o Faraó mandaria decapitá-lo. E assim sucedeu, porém o copeiro não se lembrou de José.
Passaram dois anos e José permaneceu na prisão, mas permaneceu na presença de Deus. Até que aconteceu outro fato, aliás, aconteceu o fato mais importante de sua vida. O Faraó sonhou! Mas não foi qualquer sonho e “Pela manhã, perturbado, mandou chamar todos os magos e sábios do Egito e lhes contou os sonhos, mas ninguém foi capaz de interpretá-los.” Gn. 41.8
            Aí aquele copeiro que estava preso com José e vivia na presença de Faraó se lembrou do episódio ocorrido com ele, bem como a interpretação feita pelo jovem hebreu estava correta. E relatou tudo ao rei. Logo “O faraó mandou chamar José, que foi trazido depressa do calabouço. Depois de se barbear e trocar de roupa apresentou-se ao faraó.” Gn. 41.14
            O Faraó contou-lhe os sonhos e José com a ajuda de Deus interpretou-os, revelando que haveria um período de sete anos de alta produtividade no Egito e em seqüência sete anos de escassez, e que por esse motivo o Faraó deveria agir preventivamente.
            Surpreso e admirando a sabedoria de José, o Faraó o encarregou de tal função, o responsabilizando por tudo que acontecesse naquele império conforme está escrito em Gênesis 41.41. E o faraó prosseguiu: “Entrego a você agora o comando de toda a terra do Egito”. E Deus fez José dar a volta por cima. O jovem que entrou no Egito como um escravo, se tornou prisioneiro, agora é era a segunda pessoa mais poderosa do Egito. Realmente esta é uma história de um vencedor!

IV – O REENCONTRO

            José então organizou toda a produção agrícola do Egito durante o período de fartura, armazenou tanto mantimento que aquele país ficou conhecido como o “celeiro do mundo”. Durante esse período o jovem hebreu adquiriu uma identidade egípcia, aprendeu e dominou o idioma local com fluência, suas vestes eram típicas, seu corte de cabelo, até mesmo seu nome tinha mudado para um nome egípcio e ao passar aqueles primeiros sete anos José estava irreconhecível, totalmente diferente do adolescente mimado que tinha sido vendido como escravo no início de sua vida naquele império.
            Ora, chegou o tempo da escassez de comida no mundo, e Jacó, seu pai, juntamente com seus irmãos também foram atingidos pela seca e tiveram fome, como só havia comida no Egito foram enviados ali para comprarem um pouco e se abastecerem. Logo na primeira viagem que fizeram José os reconheceu, mas não se apresentou como tal, antes lhes devolveu o dinheiro dentro dos sacos de comida que só foram descobertos em sua terra.
            Aquela compra não foi suficiente e sua família teve a necessidade de voltar ao Egito pra uma segunda compra. Dessa vez Jacó devolveu o dinheiro e mandou presentes ao governador do Egito. No entanto, apesar de ter aceitado os presentes José além de não se identificar, ainda mandou esconder uma taça de prata na sacola de Benjamim seu irmão mais novo, filho de Raquel. Quando foi descoberto tal ato exigiu que o moço permanecesse no Egito para servi-lhe como escravo. Os irmãos de José se desesperaram e rogaram-lhe que não fizesse aquilo explicando toda a história deles, inclusive da morte de um dos irmãos, isto é, do próprio José.
            A reação do governador do Egito foi a de se identificar a seus familiares o que os deixou pasmados, mas ele insistiu conforme está escrito em Gênesis 45. 4 “Cheguem mais perto”, disse José a seus irmãos. Quando eles se aproximaram, disse-lhes: “Eu sou José, seu irmão, aquele que vocês venderam ao Egito! Naquele momento José liberou o perdão para seus irmãos fazendo-os entender que era plano de Deus para salvar muitas vidas da fome.
            Em seguida a este episódio o Faraó mandou os irmãos de José retornarem para buscar o patriarca Jacó para viver no Egito, pois haveria ainda mais cinco anos de fome na terra. E assim toda a descendência de Abraão, de Isaque e de Israel foi parar no Egito, com regalias e privilégios devido à alta posição que José ocupava. E ali naquele país essa família cuja promessa de Deus repousava se estabeleceu e se multiplicou.

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