GUERRA DE AFIRMAÇÃO - II


LIÇÃO 13
GUERRA DE AFIRMAÇÃO - II


            O povo de Deus sempre que se afirmava como uma nação forte vivia tempos de paz, por que se voltava para o Senhor e cumpria seus mandamentos. Mas as gerações se renovavam, os juízes morriam, e os filhos de Israel que agora dirigiam a nação só conheciam ao Senhor pelas histórias contadas por seus pais.
            Já havia estabelecido um ciclo de dominação estrangeira e afirmação israelita. Não importava quantas vezes o israelita fosse invadido, dominado, saqueado, roubado e destruído, o importante é que quando clamavam a Deus, o Senhor levantava um juiz que os liderava guerreando, expulsando, e destruindo os inimigos de Israel.

I – TREZENTOS POR UM

            Os midianitas em aliança com os amalequitas por sete anos invadiram Israel e saquearam tudo que o povo de Deus produzia Eles subiam trazendo os seus animais e suas tendas, e vinham como enxames de gafanhotos; era impossível contar os homens e os seus camelos. Invadiam a terra para devastá-la. Jz. 6.5, destruíam as plantações e matavam todo o rebanho que encontrasse pela frente.
            O povo clamou ao Senhor pedindo socorro que respondeu lembrando a causa de Israel está passando por aquela situação. Deus enviou um anjo a Gideão, que significa destruidor, que estava malhando trigo num tanque de prensar uvas, escondido dos midianitas. O anjo do Senhor deu todas as orientações a Gideão e garantiu que Deus estaria com ele.
            A primeira atitude que Gideão tomou foi destruir o altar de Baal e construir um altar para Deus, o que desagradou muitos israelitas que temendo a reação dos midianitas quiseram matar Gideão, impedidos por seu pai. Essa ação de Gideão foi importante para os fatos que sucederiam, ele ficou conhecido por todo Israel com Jerubaal, que quer dizer aquele que compete com Baal, então ele convocou os homens das tribos de Manassés, Aser, Zebulom e Naftali.
            “Gideão montou acampamento perto da fonte de Harode e com ele estava trinta e dois mil homens, um bom número, mas Deus deu outra ordem ao juiz: anuncie, pois, ao povo que todo aquele que estiver tremendo de medo poderá ir embora do monte Gileade”. Então vinte e dois mil homens partiram, e ficaram apenas dez mil. Jz. 7.3. Desses, ficaram apenas trezentos homens, aprovados num teste de sentido de alerta.
            O próprio Gideão se fez de espião e foi uma noite no acampamento do inimigo, voltou de lá com a convicção da vitória. E então explicou a estratégia de ataque aos homens e partiram para o combate. Primeiro assustaram os midianitas, que levou muitos deles a matarem uns aos outros, em seguida os trezentos homens começaram a perseguição. Lutaram como se fosse apenas um. Gideão então mandou chamar os homens de Efraim para consolidar a vitória.
            Os efraimitas capturaram dois príncipes midianitas e os mataram. Gideão capturou dois reis de Midiã, e ao dar a honra de matá-los a seu filho, este teve medo e o juiz acabou matando os dois reis inimigos ao fio de sua espada. Depois desses acontecimentos vitoriosos o povo de Israel foi até o juiz e quiseram transformá-lo em rei, mas está escrito em Juízes 8.23: “Não reinarei sobre vocês”, respondeu-lhes Gideão, “nem meu filho reinará sobre vocês. O Senhor reinará sobre vocês.”
            Gideão sabia que a sua função tinha limites, e que o verdadeiro rei de Israel é o Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, que libertou o seu povo do Egito, e que conquistou Canaã para a sua nação e agora afirmava Israel diante dos povos.

II – OS “DONOS” DAS TERRAS

            Gideão não viveu para sempre. Após sua morte, o povo voltou a adorar os deuses das outras nações. O Senhor permitiu que os filisteus e os amonitas o oprimissem. Quando clamaram pedindo socorro ao verdadeiro Deus, o Senhor respondeu dizendo que nada podia fazer, pois Israel devia clamar aos deuses que eles cultuavam.
            O povo então destruiu os altares e os templos de todos os deuses e voltaram a cultuar ao Senhor. Deus teve misericórdia e entrou com providência levantando um filho de uma prostituta como juiz. O seu nome era Jefté, que significa Ele abre, ele fora expulso da casa de seu pai sem direito a herança, vivia em uma cidade distante liderando um bando de homens que, assim como ele, eram marginalizados pelos israelitas.
            Os anciões de Gileade foram procurá-lo, oferecendo a ele o cargo de comandante do exército israelita para expulsar os amonitas que acampados em Israel oprimiam o povo do Senhor. Jefté só aceitou mediante a condição de obtendo a vitória comandaria não apenas o exército, mas toda a nação. E esse pacto foi feito mediante todo povo reunido na presença de Deus.
            Apesar de marginalizado Jefté agiu com diplomacia. Enviou embaixadores ao acampamento de Midiã questionando a respeito do motivo da invasão, e qual o objetivo daquele conflito. E assim O rei dos amonitas respondeu aos mensageiros de Jefté: “Quando Israel veio do Egito tomou as minhas terras, desde o Arnom até o Jaboque e até o Jordão. Agora, devolvam-me essas terras pacificamente”. Jz. 11.13, e eles voltaram ao acampamento de Israel com a mensagem.
            Jefté novamente agiu com diplomacia enviando uma mensagem ao próprio rei dos amonitas onde se lembrava dos acontecimentos de trezentos anos atrás, quando o Israel peregrinando no deserto sob a liderança de Moisés pediu passagem ao rei de Edom e ao rei de Moabe, e estes negaram. Então o povo contornou aquelas terras para evitar o conflito, e quando pediram permissão ao rei dos amorreus para atravessar seu território, este reuniu seu exército e atacou Israel. O juiz lembrou que aquelas batalhas foram desencadeadas pelos donos das terras e o povo de Deus só fez se defender, mas como o Senhor pelejava por seu povo, Ele entregou em suas mãos todas aquelas terras.
            O rei não deu ouvidos a Jefté e os dois povos entraram em combate. O juiz fez um voto ao Senhor, caso saísse vitorioso ofereceria ao Senhor o primeiro de sua casa que o encontrasse em seu retorno. Ele conquistou vinte cidades, desde Aroer até as vizinhanças de Minite, chegando a Abel-Queramim. Assim os amonitas foram subjugados pelos israelitas. Jz. 11.33. Ao retornar sua filha saiu ao seu encontro, e ele cumpriu seu voto a Deus oferecendo a menina ao ministério sacerdotal.

III – ENFIM OS FILISTEUS

            Após a morte de Jefté o Senhor levantou mais três juízes que manteve a nação afirmada entre os povos, até que os israelitas voltaram a praticar o que desagrada ao Senhor e caíram na servidão dos filisteus, e os serviram por quarenta anos até que nasceu um menino, filho de uma mãe estéril, que foi consagrado a Deus antes mesmo de nascer e sobre ele havia uma promessa de libertar Israel dos filisteus.
            Seu nome era Sansão, que quer dizer “como o sol”, apesar de ter nascido com o propósito de liderar Israel afirmando a nação diante do seu inimigo, o motivo que levou Sansão a tomar uma atitude contra os filisteus foi pessoal. Deus através de uma decepção de Sansão com a própria esposa, que era filistéia, usou-o primeiro para matar trinta filisteus. Quando Sansão voltou a procurar sua esposa, outra decepção, ela já estava casada. Enfurecido capturou 300 raposas, armou uma armadilha e destruiu as plantações de cereais, uvas e oliveiras dos filisteus. A partir daí começou a liderar os israelitas na luta contra os inimigos.
            Em retaliação aquela atitude de Sansão, os filisteus mataram sua ex-esposa e seu ex-sogro. Ele os atacou sem dó nem piedade e fez terrível matança. Depois desceu e ficou numa caverna da rocha de Etã. Jz. 15.8. Os filisteus não sossegaram, pois a luta agora era de um povo contra apenas um homem, e foram montar acampamento em Judá. Negociaram com os israelitas, pediram que entregasse Sansão e eles iriam embora.
            No dia que os israelitas o prenderam e o conduziu até o acampamento dos filisteus, Sansão se soltou e das cordas e com uma queixada de jumento matou sozinho mil homens, contudo Sansão reconheceu que foi Deus quem deu a ele aquela vitória. Por vinte anos Sansão julgou Israel. Durante esse período ele conheceu uma prostituta em Gaza que o entregou aos filisteus, ele fugiu arrancando os portões da cidade e levando com ele até os montes.
            Outra vez Sansão cometeu o mesmo erro, se apaixonou por uma filistéia, dessa vez, porém foi a última, chamava-se Dalila, ela insistiu tanto para que o juiz de Israel contasse o segredo de tanta força, que Sansão acabou-lhe revelando toda a sua história. Por três vezes ele a enganou e ela contou aos filisteus, quando ele contou que sua força provinha dos seus cabelos ela também comunicou ao seu povo. Então ela armou uma cilada, Fazendo-o dormir no seu colo, ela chamou um homem para cortar as sete tranças do cabelo dele, e assim começou a subjugá-lo. E a sua força o deixou. Jz. 16.19. Sem a força sobrenatural que vinha do Senhor, Sansão foi capturado pelos filisteus. Imediatamente seus olhos foram furados e feito prisioneiro nas cadeias do povo inimigo.
            Certa vez Os líderes dos filisteus se reuniram para oferecer um grande sacrifício a seu deus Dagom e para festejar. Comemorando sua vitória, diziam: “O nosso deus entregou o nosso inimigo Sansão em nossas mãos”. Jz. 16.23, e puseram Sansão bem no meio do salão, como a atração principal da festa, zombando do juiz e do Senhor. No auge da festa, Sansão pediu ao Senhor que lhe restituísse a sua força mais uma vez, para poder vingar a sua cegueira. Deus atendeu o pedido e Sansão destruiu aquele templo matando mais de três mil filisteus, entre os quais estavam os seus líderes.
Durante aqueles vinte anos Israel se afirmou perante os filisteus.


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