LIÇÃO 06
GUERRA DE LIBERTAÇÃO - I
O
tempo virou! Os israelitas já tinham a consciência de que Deus os libertaria,
já reconheciam em Moisés a autoridade delegada pelo Senhor para comandar aquele
processo. A situação era tensa só faltava um estopim – a declaração de guerra,
ou seja, a manifestação oficial dos israelitas que eles não queriam mais
continuar naquela situação. E isto não demorou de acontecer, uma vez que:
Depois disso Moisés e Arão foram
falar com o faraó e disseram: “Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: ‘Deixe o
meu povo ir para celebrar-me uma festa no deserto”.
Ex. 5.1.
Apesar
de não possuírem exército, nem armas o povo de Israel declarara guerra ao
Egito, sim estava declarada uma guerra de libertação. Por outro lado a reação
do Faraó foi imediata. Os israelitas eram os responsáveis pela fabricação de
tijolos, e para tanta necessitavam de palha para cozer o barro, essa palha era
fornecida pelos egípcios. A partir daquele momento eles seriam responsáveis
pela coleta da palha e pela produção diária da mesma quantidade de tijolos,
isto é, o trabalho dobrou em retaliação ao pedido de Moisés e Arão.
Os
israelitas foram à presença de Faraó reclamar daquela situação e logo ficaram
sabendo o motivo real daquela medida. Então procuraram Moisés e Arão e lhes disseram: “O Senhor os examine e os
julgue! Vocês atraíram o ódio do faraó e dos seus conselheiros sobre nós, e
lhes puseram nas mãos uma espada para que nos matem”. Ex. 5.21
O
que fez Moisés? Consultou o Senhor, pois ele estava cumprindo ordens. Deus
autorizou que ele fosse até o Faraó juntamente com os líderes de Israel e
manifestasse os sinais que Ele tinha determinado. Mas não adiantou muito, pois
os egípcios era um povo muito desenvolvido e conhecia muitas ciências e magias
e todos os sinais feitos por Deus através de Moisés, eles copiaram.
Portanto
o Senhor, o Deus de Israel era desacreditado pelo Faraó. Mas Moisés sabia que
isso aconteceria, pois o Senhor tinha avisado sobre tudo, principalmente para o
fato de que a libertação de Israel seria condicionada pela fé do povo. Deus se
revelaria ao mundo através das estratégias e táticas de guerra desenvolvidas
pelo próprio Senhor. Moisés era o líder, mas as ordens quem dava era Deus, o
Senhor. O Egito enxergava no Faraó um deus em forma humana, logo a guerra de
libertação ocorreria num campo espiritual, onde as armas não seriam humanas, e
sim sobrenaturais.
I – AS PRAGAS
O
Egito era a nação mais poderosa da época e o Senhor queria demonstrar que o seu
poder era superior a todos os povos e a tudo o que existia. A estratégia então
seria desfazer de tudo aquilo que tivesse um cunho divino. E o Senhor atuou
através de uma seqüência de dez pragas até que o Faraó o reconhecesse como o
único Deus. A seguir analisaremos as três primeiras pragas.
1. O
rio Nilo é convertido em sangue – aquele povo via no rio um deus importante, o
rival do céu, Moisés na presença de Deus e do Faraó, às margens daquele rio
proferiu: Assim diz o Senhor: Nisto você
saberá que eu sou o Senhor: com a vara que trago na mão ferirei as águas do
Nilo, e elas se transformarão em sangue. Ex. 7.17. Por sete dias os
egípcios tiveram que cavar poços próximos aquelas margens, pois a água se
tornara inconsumível, peixes mortos, mau cheiro e apesar dessa calamidade o
Faraó não reconheceu Deus como Senhor, pois seus magos fizeram um truque
transformando aquelas águas em cor de sangue.
2. As
rãs – após a primeira batalha, Moisés recebeu outra ordem do Senhor, ele
deveria ir até o Faraó pedir permissão para que o povo fosse ao deserto
prestar-lhe um culto, Se você não quiser
deixá-lo ir, mandarei sobre todo o seu território uma praga de rãs. Ex.
8.2. A rã era um animal consagrado ao sol. O faraó não permitiu a saída dos
israelitas, e então aconteceu. As rãs infestaram o divino rio Nilo, alcançaram
as cidades, o palácio, os quartos, as cozinhas. Os magos do Egito fizeram algo
parecido e o Faraó desacreditou de Deus. Mas como parar aquilo? Os magos não
sabiam. Então Moisés perguntou ao rei do Egito quando ele queria que aquilo
terminasse, e faraó respondeu: “Amanhã”,
disse o faraó. Moisés respondeu: “Será como tu dizes, para que saibas que não há
ninguém como o Senhor, o nosso Deus. Ex. 8.10. Mas, faraó não cedeu, conforme o Senhor tinha
avisado a Moisés.
3. Os piolhos – o povo egípcio era
escrupulosamente asseado e limpo, para se ter uma idéia os sacerdotes se
depilavam de três em três dias para evitar o contágio de qualquer parasita
enquanto adorava os seus deuses: Então o
Senhor disse a Moisés: “Diga a Arão que estenda a sua vara e fira o pó da
terra, e o pó se transformará em piolhos por toda a terra do Egito”. Ex.
8.16. Dessa vez os magos não conseguiram fazer nada parecido, pois estavam
empesteados de piolhos e suas mãos não podiam parar de coçar, com isso Os magos disseram ao faraó: “Isso é o dedo
de Deus”. Mas o coração do faraó permaneceu endurecido, e ele não quis
ouvi-los, conforme o Senhor tinha dito. Ex. 8.19.
Existe
algo em comum nessas três primeiras pragas, elas atingiram a todos que
habitavam no Egito, tanto os descendentes de Abraão quanto os egípcios e até
mesmo os outros povos. Deus quis mostrar a todos o seu poder, aos seus para que
não tivessem dúvida de que Ele é o Senhor, e aos outros povos para desmoralizar
os seus deuses. Apesar dos magos do faraó conhecerem muitas ciências foram
imobilizados com a praga dos piolhos e reconheceram a grandeza de Deus.
Percebe-se também que faraó dá o braço a torcer e aceita que Moisés interceda
pela sua terra fazendo parar aquela situação.
II – A PRAGA DAS MOSCAS
Assim
a batalha se estendeu, Mas dessa vez seria diferente e Moisés novamente
entregou o recado de Deus a faraó: Se
você não deixar meu povo ir, enviarei enxames de moscas para atacar você, os
seus conselheiros, o seu povo e as suas casas. As casas dos egípcios e o chão
em que pisam se encherão de moscas. Ex. 8.21, e o Senhor ainda deixou
claro: Farei distinção entre o meu povo e
o seu. “Este sinal milagroso acontecerá amanhã”. Ex. 8.23.
O
faraó não deixou o povo ir, então a palavra de Deus se cumpriu no dia seguinte,
as moscas dominaram todo o Egito, inclusive o palácio, mas os israelitas foram
poupados, ficaram imunes pois o Senhor tinha feito a distinção entre o seu povo
e os demais. O Senhor demonstrou a todos que aquele poder pertencia ao Deus
daquele povo e seria usado para a sua libertação.
A
conseqüência dessa praga expõe a fraqueza do faraó, pois ele começa a negociar
a saída temporária dos israelitas, primeiro permitiu que o povo de Deus
oferecesse sacrifícios ao Senhor dentro do Egito. Moisés recusou essa proposta,
pois provavelmente seriam apedrejados pelos egípcios que não aceitavam cultos a
outros deuses. Então faraó cedeu novamente, permitiu que Moisés conduzisse o
povo para fora do Egito, mas que não fosse muito distante e retornasse para
continuar a servidão. Moisés aceitou, orou a Deus e as moscas no dia seguinte
desapareceram do Egito. No entanto, apesar de advertido pelo servo de Deus,
faraó não permitiu a saída dos israelitas.
III
– A PESTE NO GADO
Novamente
o Senhor manda Moisés ir ao faraó pedir para que o povo vá ao deserto adorá-lo,
e se não deixasse, Deus dessa vez iria destruir todo o gado egípcio, mas o gado
pertencente aos israelitas permaneceria vivo. Faraó não acreditou e No dia seguinte o Senhor o fez. Todos os
rebanhos dos egípcios morreram, mas nenhum rebanho dos israelitas morreu.
Ex. 9.6
Desespero
total, como o povo se alimentaria? Faraó ainda duvidoso enviou mensageiros a
terra onde os israelitas moravam para constatar se seus rebanhos sobreviveram,
e mesmo com a veracidade do fato o monarca não cedeu.
Essa
estratégia de guerra do Senhor foi fenomenal, pois os egípcios tiveram que se
render e ir até a terra de Góssem onde os israelitas habitavam para buscar o
remanescente do gado. Humilharam-se perante os seus servo, perante as poses de
seus escravos.
IV – A SEXTA PRAGA
Imediatamente
o Senhor mandou Moisés apanhar um pouco de cinzas e ir à presença de faraó e
espalhar no ar aquela cinza, para que Ela
se tornasse como um pó fino sobre toda a terra do Egito, e feridas purulentas
surgisse nos homens e nos animais em todo o Egito”. Ex. 9.9.
Ora
o ato de espalhar cinza no ar foi bastante significativo, pois os egípcios
costumavam fazer sacrifícios de vítimas humanas, queimando seus restos mortais
e o ar era também uma divindade cultuada e adorada por aquele povo.
A
situação se tornou tão calamitosa que nem mesmo os magos podiam se por diante
de Moisés, e mesmo assim “o Senhor
endureceu o coração do faraó, e ele se recusou a atender Moisés e Arão,
conforme o Senhor tinha dito a Moisés. Ex. 9.12
A
batalha estava encarniçada, todo o gado egípcio destruído, todo o povo ferido
por dentro e por fora de seus corpos, mas a guerra continuava. Moisés tinha
certeza que a vitória era dos israelitas, pois Deus nunca entrou numa guerra
para perder, por outro lado, faraó inexplicavelmente resistia e continuava a
tratar o povo de Deus como escravos, por essa razão a guerra de libertação da
nação santa, dos filhos de Israel continuaria por mais algum tempo, até que a
vontade de Deus se cumprisse.
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