GUERRA DE EXPANSÃO - I



LIÇÃO 14

GUERRA DE EXPANSÃO - I

            À medida que a nação israelita se afirmava diante dos povos se fortalecia internamente, amadurecia e se desenvolvia em vários ramos como na política, com a centralização da liderança, na economia com a preservação dos ciclos da lavoura e da pecuária, e na religião, pois os dois últimos juízes foram os dois últimos sumo sacerdotes.
            Uma guerra com os filisteus demonstrou a necessidade política de transformar o regime em monarquia, Israel deixaria aquela organização onde o líder religioso era o líder político e passaria a ter um rei, o que igualava as outras nações da época. Essa guerra com os filisteus teve início com Eli como sumo sacerdote e juiz e finda com Samuel exercendo essas funções. Foi uma guerra de transição dos regimes.
           
I – A BATALHA DE TRANSIÇÃO

            Os filisteus entraram em Israel de surpresa e montaram acampamento em Afeque, vieram fortemente equipados para a guerra. Israel preparado para mais uma guerra acampou em Ebenézer. A tática dos filisteus era o ataque em linhas, e foram eficientes tendo sucesso na batalha e saindo com a vitória, pois quando o combate se intensificou Israel perdeu quatro mil soldados. Voltaram para o acampamento amargando aquela derrota.
            Aquela batalha tinha sido perdida, mas a guerra continuaria por mais algum tempo. Os anciãos de Israel sugeriram que trouxessem a arca da aliança, que estava em Siló, para o acampamento. A intenção era motivar os soldados com a arca que simbolizava a presença de Deus. “Quando a arca da aliança do Senhor entrou no acampamento, todos os israelitas gritaram tão alto que o chão estremeceu” I Sm.4.5.
            A vibração do povo de Deus foi tão grande que os filisteus escutaram de seu acampamento, e temeram. Quando foram informados que a arca da aliança estava no acampamento israelita, se lembraram que todas as vitórias de Israel desde a sua saída do Egito até as conquistas em Canaã eram atribuídas ao Senhor. Então resolveram criar coragem e atacar os israelitas. Mais uma vez saíram vitoriosos matando trinta mil soldados do exército de Israel. Só cometeram um erro fundamental para definição daquela guerra. Levaram entre os despojos a arca da aliança.

II – SETE MESES DE MALDIÇÃO

            No dia em que os filisteus levaram a arca do Senhor mataram os dois sacerdotes filhos de Eli. Ao receber a notícia da morte dos filhos, o sumo sacerdote faleceu imediatamente. Conseqüentemente seria substituído por aquele que seria o último juiz de Israel – Samuel, que significa “chamado pelo Senhor”. 
            O destino da arca do Senhor foi o templo de Dagom, em Asdode. Ali os filisteus perceberam que tinha cometido um erro grave. Primeiro a estátua de Dagom caiu diante da arca quebrando sua cabeça e suas mãos, em seguida a população daquela cidade foi devastada por uma epidemia de tumores. Resolveram retirar a arca do Senhor e enviaram para Gate, novamente a população sofreu com uma epidemia de tumores. Então enviaram a arca de Deus para Ecrom. Quando a arca de Deus estava entrando na cidade de Ecrom, o povo começou a gritar: “Eles trouxeram a arca do deus de Israel para cá a fim de matar a nós e a nosso povo”. I Sm 5.10.
            Então os sacerdotes resolveram devolver a arca do Senhor a Israel, junto enviaram presentes de ouro. Apesar desse fato a guerra entre aquelas nações continuava e quando a arca da aliança chegou ao seu destino em Quiriate-Jearim, o povo passou a buscar a Deus com súplicas E Samuel disse a toda a nação de Israel: “Se vocês querem voltar-se para o Senhor de todo o coração, livrem-se então dos deuses estrangeiros e das imagens de Astarote, consagrem-se ao Senhor e prestem culto somente a ele, e ele os libertará das mãos dos filisteus”. I Sm 7.3.
            Depois Samuel deu ordem ao povo para se reunir em Mispá, que ele iria interceder a Deus pela guerra. Mas os comandantes filisteus souberam que o povo estava reunido resolveram atacar. Não sabendo eles que seria a última batalha daquela guerra. O povo pediu que Samuel não parasse de orar. Então no papel de sumo sacerdote ofereceu um holocausto ao Senhor e quando o exército filisteu se aproximou Deus interviu a favor do seu povo trovejando e confundindo o inimigo. Os israelitas venceram aquela batalha matando perseguindo-os até o seu território. Assim os filisteus foram dominados e não voltaram a invadir o território israelita. A mão do Senhor esteve contra os filisteus durante toda a vida de Samuel. I Sm. 7.13.
            Ao reconquistar as cidades a nação não apenas se afirmava como também se expandia. Samuel envelheceu e seus filhos o sucederam no ofício, mas não foram eficientes como líder político e militar de Israel. O povo então pede a Samuel um rei. E com a permissão de Deus Saul é ungido o primeiro rei de Israel.

III – A CONSAGRAÇÃO DE SAUL

            Mesmo tendo sido ungido rei de Israel Saul só foi proclamado rei após uma vitoriosa guerra contra os amonitas. Este povo já era um velho conhecido do povo de Deus, e mais uma vez invadiram as terras israelitas. Desta vez eles sitiaram a cidade de Jabes-Gileade.
            As autoridades daquela cidade tentaram fazer um acordo diplomático com os amonitas a fim de evitar o confronto. Contudo, Naás, o amonita, respondeu: “Só farei um tratado com vocês sob a condição de que eu arranque o olho direito de cada um de vocês e assim humilhe todo o Israel”. I Sm. 11.2, o que era uma afronta ao povo de Deus.
            Os gileaditas conseguiram negociar um prazo de sete dias antes que aquele mal viesse acontecer. Mensageiros saíram por todas as cidades próximas pedindo socorro, logo todas as tribos receberam a triste e preocupante notícia.
            Saul era um guerreiro, vivia na cidade de Gibeá cuidando do gado. Ao saber da notícia se enfureceu a ponto de convocar todos os homens de Israel e caso os convocados não comparecessem ele fatiaria seus rebanhos em pedaços. Resultado: trezentos mil homens o seguiram. Saul mandou uma mensagem aos gileaditas avisando que estava chegando para libertá-los.
            No dia seguinte, Saul dividiu seus soldados em três grupos; entraram no acampamento amonita na alta madrugada e os mataram até a hora mais quente do dia. Aqueles que sobreviveram se dispersaram de tal modo que não ficaram dois juntos. I Sm 11.11, a consequencia dessa vitória foi a consagração de Saul como rei. Este fato reflete uma nova fase da nação israelita, a formação do Estado monárquico, deixando pra trás a fase tribal.

IV – A TROPA DE ELITE

            Com trinta anos de idade Saul começou a reinar e uma das primeiras medidas que tomou foi selecionar os melhores guerreiros para formar uma força especial, uma tropa de elite. Foram escolhidos três mil soldados divididos em duas companhias, dois mil sob o comando do próprio rei Saul, e mil ficaram sob as ordens de seu filho Jônatas, cujo significado do nome é “ofertado por Deus”. A primeira companhia permaneceu acampada em Micmás e a segunda acampou em Gibeá.
            Jônatas foi o primeiro a atacar os filisteus que estavam em Gibeá. A notícia se espalhou por todo Israel. O contra ataque do inimigo era inevitável, e este acampou em Micmás com três mil carros de guerra, seis mil condutores e milhares de soldados. Quando os soldados de Israel viram que a situação era difícil e que o seu exército estava sendo muito pressionado, esconderam-se em cavernas e buracos, entre as rochas e em poços e cisternas. I Sm. 13.6.
            Nesse período Saul mandou chamar Samuel. Ao passar sete dias, Samuel ainda não tinha chegado, Saul se precipita e comete o primeiro erro de seu reinado – ofereceu holocausto ao Senhor. Essa função era exclusiva dos sacerdotes e por mais que o rei tenha poder de governar uma nação ele não tem o direito de agir como uma autoridade religiosa. Um rei não tem poder de sacerdote. Quando Samuel chegou repreendeu o rei e disse que ele tinha sido reprovado naquele teste, e que aquela dinastia findaria com ele.
            Após algum tempo a situação permanecia a mesma. Os israelitas escondidos, armados com machados, enxadas, e ferramentas do campo enquanto os filisteus acampados possuíam lanças, espadas e escudos, além dos carros de guerra. Aos olhos humanos a batalha estava perdida. Acontece que Jônatas, que tinha uma espada e escudo, tomou a iniciativa de um ataque individual, apenas ele e seu escudeiro.
            Após a confirmação do Senhor, Jônatas escalou o desfiladeiro, usando as mãos e os pés, e o escudeiro foi logo atrás. Jônatas os derrubava e seu escudeiro, logo atrás dele, os matava. I Sm 14.13. Mataram cerca de vinte filisteus e o pânico tomou conta do acampamento inimigo a ponto de ser percebido pelos israelitas, foi quando o rei Saul percebeu a falta de seu filho.
            O tumulto cresceu tanto que o rei Saul resolveu aproveitar para atacar. Os filisteus feriam uns aos outros. Muitos hebreus que lutavam contra o exército israelita passaram a lutar a favor. Todos os israelitas que estavam escondidos entraram na batalha. Então o rei Saul faz um pacto com os guerreiros, ninguém podia se alimentar até o anoitecer. Jônatas não estava entre eles quando foi feito o voto. Quando os israelitas saíram em perseguição aos filisteus em uma floresta, havia abundância de mel e Jônatas se alimentou um pouco.
            Ao cair da noite os guerreiros famintos comeram carne crua, dos rebanhos despojados, considerado pecado, e o rei Saul percebendo o grave erro cometido edificou um altar ao Senhor. Na manhã do dia seguinte o rei queria continuar a perseguição, consultou a Deus e não obteve resposta. Então foi descoberto que Jônatas tinha quebrado o pacto. E o filho do rei foi condenado à morte. Mas, os israelitas o pouparam.


Nenhum comentário:

Postar um comentário