GUERRA DE CONQUISTA - II


LIÇÃO 10
GUERRA DE CONQUISTA - II

            A repercussão daqueles feitos foi generalizada, todos os povos que viviam desde o oeste do Jordão até o Líbano tomaram conhecimento e temeram a Josué e a Israel. A guerra produz alianças até mesmo entre nações inimigas, e em Canaã não foi diferente. Os heteus, os amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus se uniram e fizeram um pacto contra Israel.
            Numa guerra a astúcia é uma arma poderosa para a sobrevivência. Muitas vezes usada para destruir o adversário, outras vezes é utilizada para se defender, mas na guerra de conquista israelense houve uma aliança entre o povo de Deus e os gibeonitas. Essa aliança só foi feita a partir da astúcia do povo de Gibeão, a consequencia não foi a morte, mas o cativeiro.

I – EMBAIXADORES EM ISRAEL

            Normalmente as nações em guerra negociam a paz através da diplomacia oficial, isto é, os embaixadores, representantes de um povo, buscam fazer uma aliança com o adversário em seu território. Os moradores de Gibeão usaram desta estratégia, porém seus embaixadores estavam disfarçados Os homens calçavam sandálias gastas e remendadas e vestiam roupas velhas. Todos os pães do suprimento deles estavam secos e esmigalhados. Js. 9.5.
            O objetivo daquele disfarce era enganar os israelitas convencendo-os de que eles vinham de uma terra muito distante de Canaã para fazer uma aliança com o povo de Deus. Josué desconfiou, mas acabou convencido com o argumento daqueles homens: Eles responderam: “Seus servos vieram de uma terra muito distante por causa da fama do Senhor, o seu Deus. Pois ouvimos falar dele, de tudo o que fez no Egito Js. 9.9.
            Então os príncipes da congregação juntamente com Josué não consultaram a Deus a respeito daquele caso e fizeram aliança com os forasteiros. Quando o exército de Israel invadiu as cidades de Gibeão, Cefira, Beerote e Quriate-Jearim descobriram que foram enganados e aqueles embaixadores eram seus vizinhos, no entanto não puderam feri-los, por que havia um juramento pelo Deus de Israel. Então aquele povo permaneceu com vida, mas foram transformados em servos com a tarefa de rachar lenha e tirar água para a congregação do Senhor.
II – ALIANÇA CONTRA ISRAEL

            A notícia da aliança de paz entre Gibeão e Israel chegou aos ouvidos do rei de Jerusalém e o deixou incomodado a ponto de promover a união de mais quatro reis e investir contra Gibeão, pois esta cidade era grande. Assim o rei de Hebron, o rei de Jarmute, o rei de Laquis, o rei de Eglon mais o próprio rei de Jerusalém com seus exércitos sitiaram Gibeão, e começou uma batalha entre os próprios amorreus.
            Josué se encontrava no arraial de Gilgal quando chegaram mensageiros de Gibeão solicitando a sua ajuda, pois estes eram seus servos. Imediatamente Josué preparou seu exército, consultou a Deus E disse o Senhor a Josué: “Não tenha medo desses reis; eu os entreguei em suas mãos. Nenhum deles conseguirá resistir a você”. Js. 10.8, e marcharam uma noite inteira em direção a Gibeão.
            Israel surpreendeu aqueles cinco reis, seus exércitos confusos foram gravemente feridos e começaram a fugir. O povo de Deus os perseguiu, mas o Senhor estava na batalha e mandou uma chuva de pedras que matou mais homens do que a espada dos filhos de Israel.
            O tempo passava, a batalha chegava ao seu final, mas a noite se aproximava e Josué queria vencer naquele dia, pois com a escuridão da noite muitos inimigos escapariam com vida e talvez a batalha se estendesse. Então Josué orou Deus e pediu que o sol parasse.
 E o Senhor ouviu a sua oração e então O sol parou, e a lua se deteve, até a nação vingar-se dos seus inimigos, como está escrito no Livro de Jasar. O sol parou no meio do céu e por quase um dia inteiro não se pôs. Js. 10.13 este foi um dia único na história da humanidade, pois o Senhor pelejava por Israel.
Josué e o exército do Senhor retornaram para o acampamento em Gilgal, os cinco reis se esconderam em uma cova, Josué ficou sabendo e ordenou que tampasse a cova e a vigiassem, e mandou os homens perseguirem todos os inimigos impedindo-os de entrarem em suas cidades. Quando finalmente a batalha findou Josué mandou trazer os cinco reis a sua presença, reuniu todo o povo e Disse-lhes Josué: “Não tenham medo! Não desanimem! Sejam fortes e corajosos! É isso que o Senhor fará com todos os inimigos que vocês tiverem que combater”. Js. 10.25 depois ele mesmo feriu e matou os cinco reis, mandou pendurá-los em madeiros até a tarde, depois mandou jogá-los na mesma cova que tinham sido encontrados, e taparam a cova com bastantes pedras simbolizando a vitória do povo de Deus.
III – PANORAMA DA CONQUISTA

            Naquele dia deu início a sete batalhas sucessivas até que Josué retornasse com o povo para Gilgal. Em todas essas batalhas Israel invadiu as cidades destruindo tudo, os reis foram mortos e pendurados, os seus habitantes foram dizimados, as cidades queimadas. Também subjugou todos esses reis e conquistou suas terras numa única campanha, pois o Senhor, o Deus de Israel, lutou por Israel. Js. 10.42 e só então puderam voltar pra Gilgal.
            Mas a guerra de conquista estava apenas começando. Passou um tempo de descanso e Josué ficou sabendo que diversos reis, praticamente todos os reis da região, se aliançaram, uniram seus exércitos e estavam acampados junto às águas de Merom. Era assustador, mas o Senhor disse a Josué: “Não tenha medo deles, porque amanhã a esta hora os entregarei todos mortos a Israel. A você cabe cortar os tendões dos cavalos deles e queimar os seus carros”. Js. 11.6.
            Josué reuniu o exército de Israel e marcharam rumo às águas de Merom, pegaram o inimigo de surpresa e realizaram uma batalha feroz. Feriram os cavalos, queimou os carros com fogo, feriram ao fio da espada todos os homens dos exércitos adversários, mataram os seus reis, tomou suas cidades e despojaram de tudo, tudo que tinha fôlego perderam a vida, pois Tudo o que o Senhor tinha ordenado a seu servo Moisés, Moisés ordenou a Josué, e Josué obedeceu, sem deixar de cumprir nada de tudo o que o Senhor tinha ordenado a Moisés. Js. 11.15.
            A única cidade que fez paz com Israel foi Gibeão, todas as demais entraram em conflito com Israel e saíram derrotadas, ou melhor, saíram destruídas, seus habitantes mortos. Ao final Josué feriu e matou trinta e um reis e conquistou suas cidades.
            Em todas essas batalhas, inclusive na derrota em Ai, a presença do Senhor foi fundamental e determinante no resultado. Aos olhares humanos Israel não tinha condição militar, ou seja, não tinha poder bélico compatível com seus adversários. Um povo nômade contra cidades fortalecidas, que possuíam exércitos organizados, armas melhores, por isso que a única explicação para a seqüência de vitórias de Israel que lhes garantiu a conquista da terra sem dúvida foi a fidelidade do Senhor.
            Havia muita terra ainda para ser conquistada, mas estava evidente para todos que Deus participava das batalhas e lutava junto com seu povo, manifestando seu poder, sua força e sua glória, pois Ele é o Senhor de tudo, inclusive da guerra.

IV – A PARTILHA DA TERRA

            Desde o tempo em que viveram no Egito os descendentes de Abraão se organizaram e se identificaram entre si de acordo com o patriarca, filho de Jacó, que descendiam. Cada filho de Israel deu origem a um clã, e em seguida a uma tribo. A exceção foi José cujos descendentes foram identificados de acordo com o nome de seus filhos Efraim e Manassés.
            Durante todo o êxodo Israel permaneceu subdividido em tribos, e agora quando finalmente conquistaram, com a ajuda de Deus, um espaço assim compartilhado:
·         Aser a oeste de Naftali ficou próximo à cidade de Tiro e Sidom.
·         Naftali a oeste do rio Jordão, abrangendo o lago de Hulé e o mar da Galiléia ou Kinerete.
·         Zebulon ao sul de Naftali e leste de Aser, abrangendo a região da Galiléia.
·         Issacar pequeno território localizado logo abaixo do mar da Galiléia.
·         Manassés metade da tribo de Manassés está a oeste do Jordão e a outra a leste devido à criação de gado.
·         Gade a leste do rio Jordão (devido à criação de gado) e ao sul da meia tribo de Manassés.
·         Rúben também a leste do Jordão e do mar Morto devido à criação de gado e ao sul de Gade.
·         Efraim a oeste do Jordão, abrangendo a cidade de Siló.
·          a oeste de Efraim e Benjamim, próximo ao território filisteu que não foi conquistado, atual faixa de Gaza.
·         Benjamim a oeste do Jordão abrange a cidade de Jerusalém, atual capital de Israel, e que foi capital do reino de Judá por um período.
·         Judá a oeste do mar Morto e será um dos principais reinos dos hebreus com capital em Jerusalém.
·         Simeão a oeste de Judá, e também com divisa as terras filistéias.
A tribo de Levi não ficou oficialmente com nenhum território, pois eles tinham que exercer a missão sacerdotal em todo território e segundo a lei de Moisés eles receberiam ofertas de cidades de todas as outras tribos e de fato aconteceu, os levitas ficaram com quarenta e oito cidades. Ainda estabeleceram seis cidades refúgio para todos aqueles que errarem se abrigar até o julgamento da congregação.



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